sexta-feira, 1 de junho de 2012

O Clube do Imperador


Filme O Clube do Imperador

O Clube do Imperador. Lançado em 2002 nos Estados Unidos e em 2004 no Brasil. Gênero Drama. Duração 109 minutos. Distribuidora: Europa Filmes. Diretor: Michael Hoffman. Roteiro: Ethan Canin e Neil Tolkin.

O filme O Clube do Imperador é uma obra enriquecedora que descreve a história de um colégio tradicional americano chamado St. Benedicts direcionado somente para rapazes, onde o professor de história Willian Hundert, figura central do filme, lecionou por 34 anos e se destacou entre o corpo docente por ser amante da história e se dedicar exclusivamente para a formação educacional dos alunos, mantendo o caráter e a disciplina como características cruciais para que os alunos obtenham sucesso no futuro.
Essa história se passa num colégio dos Estados Unidos no ano de 1976, quando o Professor Willian Hundert se depara com um novo aluno chamado Sedgewick Bell, filho de um senador bem conceituado, que trás consigo a indisciplina e arrogância. Bell usa destas características na sala de aula com o intuito de desviar os demais alunos da turma para o caminho da perdição. O professor com o seu caráter exemplar tenta moldá-lo seguindo os seus princípios e a disciplina da instituição escolar, mas não funciona, pois Bell mostra-se rebelde no que diz respeito ao seu desempenho nos estudos, atrapalhando também os estudos dos colegas. O professor nesse contexto dá uma advertência a Bell pelas suas atitudes, com isso, durante um determinado tempo o mesmo melhora em alguns aspectos, conseguindo se classificar para o concurso Senhor Júlio César realizado anualmente no colégio, onde ao final deste concurso 03 finalistas participam na disputa final. Bell só conseguiu se classificar devido ao professor Hundert, pois este acreditando nas mudanças de seu aluno, desclassificou injustamente um dos concorrentes para dar o lugar a Bell.
Durante o concurso Sr. Júlio César, o professor Hundert percebeu que Bell estava colando, mesmo assim não o denunciou, mas o surpreendeu com uma pergunta que não estava nos livros de história, perdendo assim o concurso. Hundert decepcionado por ter fracassado como professor, não conseguiu mudar o caráter de Bell.
Após o concurso, Bell se dedica a transformar o colégio numa desordem total, incentivando os alunos a seguirem seus passos, não se dedicando mais aos estudos, aumentando assim o índice de notas baixas e desmoralizando o nome da instuição escolar, provocando dessa forma, a perda de alunos, assim como também a diminuição de contribuições financeiras para a escola.
Mesmo se dedicando durante anos ao colégio, Hundert não conseguiu a direção, pois seu companheiro de trabalho há muito tempo arrecadava fundos para a escola, com a pretensão de se tornar diretor. O professor Hundert segundo a direção usava uma metodologia inadequada para assumir um cargo desta categoria. Sem opção demitiu-se da escola.
Vinte cinco anos depois, o ex-aluno Bell convida o professor Hundert para participar de uma revanche do concurso Sr. Júlio César, juntamente com os mesmos alunos da época. Ele aceita e segue para a mansão de Bell, onde reencontra todos os seus ex-alunos já formados e seguindo suas vidas.
Durante a revanche do concurso Júlio César, Hundert percebe mais uma vez que Bell está sendo desonesto colando as respostas. Nesse contexto, o professor faz uma pergunta que só os outros antigos alunos sabiam responder, que correspondia a uma frase de extrema importância contida na sala de aula em um quadro pendurado na parede da classe.
Pela segunda vez desclassificado, Bell mostra a sua verdadeira face para o professor Hundert ao encontrá-lo no banheiro de sua residência, mas sem perceber, o filho mais velho de Bell que encontrava-se escondido no banheiro ouviu toda a conversa e ficou desapontado com a atitude do pai. Para Bell esse concurso tinha como propósito ajudar a sua candidatura como presidente.
Após esse episódio decepcionante, Hundert passeando pelo frigobar da mansão, encontra seu ex-aluno e confessa para ele que errou quando no passado o desclassificou do concurso Sr. Júlio César dando oportunidade a Bell, em vez de ter sido justo e classificar a quem realmente merecia.
No dia seguinte pela manhã, os seus ex-alunos se reuniram e fizeram uma festa surpresa para o professor Hundert homenageando-o com uma placa onde estava contido suas qualidades e virtudes dignos de um grande homem, e que através de suas lições de vida os tornaram homens de bem.
Emocionado com a homenagem decidiu retornar ao colégio Sr. Benedict e dar aulas novamente, pois tinha certeza que contribuiria de forma significativa na formação moral de outros alunos, e mesmo aparecendo outros alunos com atitudes e valores semelhantes a Bell, ele não se deixaria enganar, pois o caráter e a moral são características relevantes para a construção de um homem com princípios.
De acordo com o citado filme, conclui-se que a escola seja ela pública ou particular, traz consigo a educação como um processo contínuo de transformação de um indivíduo, e o professor nesse contexto, por meio de suas práticas educativas, crenças e valores contribuem para a formação moral do aluno, orientando-o para que viva dignamente. O filme em questão é recomendado para estudantes, pais e profissionais da educação que se preocupam e pretendem buscar soluções tanto dentro de casa, como nas salas de aula, oferecendo métodos de ensino que estimulem o aprendizado de um indivíduo, aguçando assim, o interesse de aprender e superar as dificuldades existentes em sua vida, para o crescimento e desenvolvimento de homens de bem, seguindo sempre o caminho da retidão.


Resenhado por Ana Célia Brandão Marques, graduanda em Licenciatura Plena em História pela Faculdade Internacional do Delta – FID. Bloco-I, Noite. E-mail: annaceliaphb@hotmail.com

O caçador de Pipas


FORSTER, Marc. (cineasta). Filme O caçador de Pipas, adaptação do Best-seller de Khaled Hosseini. EUA. 2007.

Ana Célia Brandão Marques[1]

Marc Foster é um diretor de cinema suíço–alemão, famoso pelos filmes A Última Ceia; Em busca da Terra do Nunca; e Mais Estranho que a Ficção. Nasceu na Alemanha, mas cresceu na Suiça. Estudou na Universidade de Nova York no início dos anos 90 e produziu o filme O caçador de Pipas em 2007.
O filme O Caçador de Pipas, adaptação do Best-seller, baseado no livro de Khaled Hosseini, teve mais de oito milhões de cópias vendidas no mundo inteiro. Este filme conta a história de Amir e Hassan, dois amigos que viveram a infância juntos e se separaram por causa da inveja e injustiça que Amir sentira e fizera contra Hassan, e também por conta da invasão da União Soviética sobre o Afeganistão.
Amir era filho de um homem rico e muito respeitado entre os afegãos, menino tímido e egoísta, e Hassan, filho de um empregado da casa de Amir, garoto pobre, alegre e corajoso, capaz de fazer tudo pelo seu melhor amigo. O divertimento preferido deles era soltar pipas. Após um torneio local de pipas, onde Amir foi o vencedor, Hassan foi procurar a última pipa cortada para entregar a Amir e guardá-la como um troféu. Durante essa busca Hassan foi abordado por Assef, um adolescente de família rica que odiava Hassan por este pertencer aos hazaras ( povo que sofre profunda discriminação étnica no Afeganistão) e com a ajuda de dois amigos, violentou Hassan cruelmente por este ter se  recusado a entregar a pipa azul, completando-do assim sua vingança pelo hazara. Amir assistiu a cena escondido e não fez nada para ajudar o amigo, calando-se diante daquela brutalidade.
Apesar de todo sofrimento que Hassan havia passado, ele não comentou nada com o amigo sobre o acontecido. Ficou doente por vários dias e mesmo assim Amir não o procurou para confortá-lo com sua amizade. Amir ao perceber que seu pai tinha um imenso afeto e admiração por Hassan, começou a sentir inveja, e despertou um ódio no qual preparou uma armadilha onde Hassan foi acusado de roubo, pois Amir sabia que para seu pai, o roubo era considerado o único pecado do homem. Mesmo inocente Hassan assumiu a culpa para proteger o seu amigo. Envergonhado com a situação ocorrida, o pai de Hassan resolve ir embora para protegê-lo das futuras armações de Amir. Nessa época o Afeganistão encontrava-se em guerra com a União Soviética, por esse motivo, as circunstâncias separaram a amizade de Amir e Hassan definitivamente.
Após a invasão da União Soviética ao Afeganistão, Amir e seu pai fugiram do país e foram morar na América. Nessa nova convivência, pai e filho finalmente se entenderam, e seguiram suas vidas. Amir se tornou um escritor famoso e conheceu uma linda mulher pela qual se apaixonou, e se casou.
Com o passar dos anos, o pai de Amir morreu e deixou uma revelação com um amigo. Este amigo procurou Amir e revelou o segredo, relatando que Hassan era seu irmão, fruto de um caso amoroso com uma empregada no passado. Depois dessa descoberta o fantasma do passado volta a atormentar a consciência de Amir, devido a sua atitude de covardia em relação a seu irmão e companheiro durante a infância.
Amir foi em busca de Hassan e descobriu que seu irmão foi morto por Talibãs juntamente com sua esposa, e seu filho foi mandado para um orfanato. Acreditando que sempre há um jeito de reparar seus erros, arrependido Amir vai ao Afeganistão e resgata seu sobrinho, adotando-o como um filho.
O referido filme é sem dúvida uma obra enriquecedora que proporciona aos expectadores e leitores uma reflexão acerca das diversas situações conflitantes existentes em nosso cotidiano. Este filme é recomendado a todas as pessoas que cometeram injustiças e querem realmente corrigir os seus erros enquanto há tempo, e também para aquelas que ignoram a realidade dos fatos como a desigualdade social, o preconceito, e o abuso sexual que sempre estiveram presente desde a antiguidade até os dias atuais na sociedade.



[1] Graduanda em Licenciatura Plena em História pela Faculdade Internacional do Delta – INTA. Bloco I-Noite

A Revolta de Beckman


BUENO, Eduardo. As Revoltas Econômicas. In______. Brasil: uma história 2. ed. rev. São Paulo: Ática, 2003. p. 132.
A Revolta de Beckman. Disponível em <http://www.infoescola.com/historia/revolta-de-beckman//>.
A Revolta de Beckman. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta de_ Beckman//>.



Ana Célia Brandão Marques
Jean Lucas Oliveira
João Victor
Marissol Rocha
Rafael Linhares


Do ponto de vista histórico, social e cultural, a Revolta de Beckman foi um movimento revolucionário que aconteceu no Brasil com a finalidade de reivindicar melhorias para o povo maranhense. Nessa perspectiva, retratar a relevância da Revolta de Beckman, nos permite enquanto futuros historiadores refletirmos sobre este movimento no período regencial em que o Brasil se encontrava em meados do século XVII. Para uma melhor compreensão da temática em foco, faremos uma revisão histórica, analisando os diversos fatos que marcaram este período da história brasileira ao longo dos anos, por meio de estudos bibliográficos, assim como também enfatizaremos a relevância deste movimento para a independência do estado do maranhão.
A revolta de Beckman lideradas pelos Irmãos Manuel e Tomas Beckman, foi um movimento de Revolta que ocorreu no Maranhão em 1684. Este movimento é de origem nativista que tinha como objetivo acabar com os problemas do estado maranhense que passava por uma crise de extrema pobreza. Este movimento nativista recebeu esta denominação por causa do sobrenome Beckman, originado da Germânia que em português significa Bequimão.
                   Pouco antes da revolta de Beckman, viviam índios no estado do Maranhão, morando em aldeamentos sendo catequizados por jesuítas, os mesmos aprendiam a doutrina católica, alguns ofícios e os costumes da cultura européia. Durante as missões, os jesuítas faziam os índios trabalharem na extração de riquezas da terra denominadas de drogas do sertão (guaraná, cravo, pimenta e outras), e através das vendas destes produtos, os padres adquiriam lucros. Também em sua vida diária nos aldeamentos, os índios trabalhavam nas plantações coletivas para suprir a necessidade de suas famílias e gerar lucros para a igreja.
Como os preços dos escravos estavam em alta, os colonos decidiram capturar e escravizar os índios para utilizá-las como mão-de-obra. Os jesuítas não aceitavam essa proposta, pois seu objetivo era continuar aculturando e controlando os indígenas nas missões, pois eles com seu trabalho proporcionavam muitos benefícios para a igreja. Com isso iniciaram-se os conflitos entre colonos e jesuítas.
Para solucionar esse problema, os jesuítas conseguiram durante a União Ibérica (1580-1640), a edição de normas que proibiam o ataque e a escravização dos indígenas, livrando-os da exploração dos colonos e que continuassem sendo  explorados pelos jesuítas.
Durante o ano de 1650, a capitania do Maranhão vinha sofrendo grande crise econômica, provocada pela redução da produção açucareira, onde os senhores de engenhos sofria com os altos preços dos escravos e a competitividade dos holandeses nas Antilhas.
Buscando solucionar a situação econômica maranhense, os colonos organizaram tropas para invadir os aldeamentos e capturar índios para o trabalho escravo. Essa atitude fez com que os jesuítas recorressem a Coroa portuguesa, que interveio e acabou proibindo a escravização dos indígenas aculturados.
Para estabilizar a crise econômica do estado do Maranhão, a Coroa Portuguesa instituiu a Companhia de Comércio do Maranhão em 1682, que tinha como objetivo introduzir na região 500 escravos por ano, durante 20 anos, e fornecerem também produtos manufaturados da Europa para Maranhão e vice versa.
Não conseguindo cumprir os seus compromissos a crise econômica aumentou trazendo grande descontentamento para a região maranhense, dessa forma os comerciantes, latifundiários e os indígenas foram prejudicados pelo monopólio dessa companhia de comércio.
                   Os comerciantes locais estavam em decadência, os produtos vindo da Europa eram irregulares e seu valor tinha preço exorbitante. Os latifundiários recebiam pouco lucro em sua produção e os indígenas se tornaram ilegais nessa região.
Descontentes com essa situação, os senhores de engenhos maranhenses liderados por Manuel Beckman, organizaram um movimento para por fim a Companhia de Comércio do Estado do Maranhão e a influência dos jesuítas sobre os índios, com objetivo de conseguir da Coroa Portuguesa autorização para escravizar os índios. Esses conflitos deram inicio as revoltas que foram chamadas de revolta de Beckman.
Em 24 de fevereiro de 1684, aproveitando a viagem do Governador do Estado do Maranhão Francisco de Sá de Meneses para Belém do Pará, eclodiu a revolta de Beckman liderados pelos irmãos Manuel e Tomás Beckman, que com seu movimento nativista destruiu os armazéns da Companhia de Comércio, e as escolas jesuítas foram invadidas e os mesmos foram expulsos do Maranhão. Também tomaram o corpo da guarda em São Luís, prenderam oficiais e soldados, além disso, se dirigiram a residência do capitão-mor Baltasar Fernandes que recebeu voz de prisão imediata e foi exonerado do cargo, sendo vigiado por sua esposa sentenciada com a função de carcereira de seu marido.
A revolta de Beckman se consolidou em 25 de fevereiro de 1684, na Camara Municipal formada por seis membros, dentre eles os latifundiários, clero e comerciantes estipulando exigências para o fim da revolta, como a deposição do governador, do capitão-mor, a extinção de companhia de comércio, e a expulsão dos jesuítas das terras maranhense dentre outras reivindicações.
Com essa formação, os emissários da junta foram enviados para Belém do Pará, para tentar convencer o governador do Maranhão a aceitar suas propostas. Recusada, pelo governador, Tomás Beckman se dirigiu a Corte em Lisboa, para convencer as autoridades portuguesas que seu movimento era uma causa justa. O rei de Portugal não aceitou a atitude dos revoltosos e ordenou voz de prisão para Tomás Beckman, que voltou para Maranhão para ser julgado junto com os outros revoltosos do seu movimento.
A coroa portuguesa enviou um novo governante para o Maranhão, Gomes Freire de Andrade, que chegou a São Luis, em 15 de Maio de 1685, mandou enforcar Manuel Beckman e Jorge de Sampaio e outros lideres do movimento foram condenado a prisão perpetua, mudando a política da metrópole da região e extinguindo a companhia de comércio e escravização dos índios.
Manuel Beckman e Jorge Sampaio foram enforcados aproximadamente entre os dias 2 a 10 de Novembro de 1685. Manuel fez uma declaração antes de morrer dizendo: “Morro feliz pelo povo do Maranhão”.
Considerando os acontecimentos abordados nesse trabalho a respeito da Revolta de Beckman como um dos primeiros protestos armado significativo contra as regras econômicas impostas pela metrópole, concluímos que Portugal se interessava apenas com o lucro explorado pelo estado do Maranhão, criando uma companhia de comércio que só favorecia a coroa portuguesa, deixando a população maranhense numa situação de extrema pobreza, despertando assim o espírito revolucionário nos colonos, que até então não tinham intenção de agir contra o governo português, só queriam acabar com as normas da companhia de comércio já que não traziam nenhum benefício favorável para a população do Estado do Maranhão.
Nesse contexto, torna-se relevante enfatizar que assim como a coroa dá suporte para os jesuítas em suas missões, apoiando a escravidão dos indígenas a favor da igreja com o discurso de aculturá-los e introduzi-los na religião católica, estas ações não passavam de uma camuflagem no qual o único objetivo era a exploração do trabalho indígena para produzir e gerar lucros a igreja.
Dessa forma, a Revolta de Beckman deixa claro para o governo português que os colonos em manifesto eram contra a Companhia de Comércio introduzida pela Coroa, e que para defender seus interesses e sua causa, lutavam para conseguir mudanças que tirassem a população maranhense da pobreza em que viviam.
Apesar deste movimento ter sido reprimido pelo Rei de Portugal, essa revolta serviu para mostrar as injustiças e opressões que Portugal fez com o Estado do Maranhão. Nesse sentido, esse texto é recomendado a todos os brasileiros que se preocupam com o desenvolvimento do seu estado e do seu país com pretensão de defender a história como fonte de conhecimento para ser passado para todos os cidadãos, fornecendo aos mesmos, subsídios históricos para conhecerem e reconhecerem a história como memória fundamental na identidade de um povo.

PRAÇA DA GRAÇA: CORACÃO DA CIDADE


FACULDADE INTERNACIONAL DO DELTA – FID
CURSO: LICENCIATURA PLENA EM HISTORIA
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A ANTROPOLOGIA
PROFESSORA: MARIA SUELI LOPES DA SILVA











PRAÇA DA GRAÇA: CORACÃO DA CIDADE















PARANAIBA
2012


ANA CELIA BRANDÃO MARQUES
JEAN OLIVEIRA LUCAS
MARISSOL ROCHA BRITO
RAFAEL LINHARES






PRAÇA DA GRAÇA: CORAÇÃO DA CIDADE





Trabalho de Pesquisa Etnográfica da disciplina Introdução a Antropologia do curso de Licenciatura Plena em História, sob a orientação da professora Maria Sueli Lopes da Silva.











PARNAIBA
2012


























Sinceros agradecimentos, a Deus e aos meus amados colegas de classe de modo especial aos que fizeram este trabalho, a professora Sueli Lopes que tão bem conduziu esta disciplina, e que colaborou para a conclusão deste trabalho. Obrigada!



































“Amar é um ato de coragem”
Paulo Freire
SUMÁRIO

1. Introdução................................................................................................................05
2. Praça da Graça: Coração da Cidade.........................................................................06
2.1. A imagem fotográfica com registro temporal.......................................................07
3. Descrição dos aspectos históricos,sociais e econômicos do lugar...........................08
4. Considerações finais................................................................................................14
6. Referências bibliográficas........................................................................................15







 








 






INTRODUÇÃO


 O presente trabalho se propõe a apresentar uma proposta reflexiva sobre a criação da Praça da Graça em 1917 na cidade de Parnaíba Piauí, fazendo um levantamento histórico da mesma, e analisando os diversos acontecimentos e reformas que lhe foram atribuídas ao longo dos anos.
 A Praça da Graça, localizada no centro da cidade de Parnaíba se originou segundo Silva (1987) de “um grande quadrado”, coberto por terra cercado de mata nativa e poças de água formando uma imensa lagoa que recebeu a denominação Lagoa da Onça nos tempos de feitorias do Porto das Barcas. Os olhares da sociedade parnaibana sob essa paisagem fizeram surgir interesse de engenheiros que com sua formação e habilidade foi contornando esse espaço, transformando no Largo da Matriz por está localizada no coração da cidade.
A praça se tornou uma atração de laser para o povo parnaibano devido a sua localização, pois havia a necessidade de ter um local para conversar com os amigos e sobretudo viver momentos de intensa alegria, tornando-se um importante  ponto de encontro dos colegas, casais de namorados, palco político, manifestações e tantos outros momentos importante para a cidade de Parnaíba e para o Brasil.
Com o desenvolvimento da cidade parnaibana ao longo dos anos, toda a infra-estrutura da cidade crescia junto ao progresso, e consequentemente aos poderes político e econômico. Levando em consideração o desenvolvimento destes fatores, a praça sofrera reformas em meio as administrações públicas que refletiam no povo a indignação por parte de alguns cidadãos, pois estes  achavam desnecessários os gastos econômicos com a praça, realizando assim manifestações em prol da valorização da mesma como fato histórico.
Outro ponto em destaque, está relacionado a colocação de um relógio na praça para orientar os cidadãos que passavam por ela facilitando a vivência do trabalho diário no centro da cidade.  
A cidade de Parnaíba, acompanhando o crescimento econômico do país, teve inovações em sua estrutura econômica, com a implantação de bancos tais como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, e a criação de lanchonetes, lojas e cinemas. Todas estas inovações possibilitaram um fluxo maior de pessoas permeando a referida cidade até a atualidade.

Praça da Graça: Coração da Cidade

A Praça da Graça, fundada em 1917 pelo o intendente Nestor Veras, foi e continua sendo um importante ponto histórico da cidade de Parnaíba Piauí. No entanto antes da sua fundação, esta praça era chamada de Lagoa da Onça nos tempos das feitorias do Porto das Barcas, e anos mais tarde recebeu o nome de Largo da Matriz.
 Devido sua aproximação a Prefeitura Municipal, a Praça da Graça na época foi considerado o centro da cidade de Parnaíba, sendo vista como um ponto central de encontros, desencontros, amor, lazer, prazer e também celeiro de alegrias e lembranças, oriundas a partir da construção da mesma no coração da cidade.
 Essa construção que foi para os parnaibanos a expressão de sua alegria e entretenimento, tornando-se motivo de prazer, para os mesmos. Entretanto não se  limitava somente ao divertimento, com o passar dos anos a praça foi tomando outros rumos, e tornando-se um ponto de referencia á nossa sociedade , tanto de cunho social como econômico que veio se revitalizando e permeando décadas  até a atualidade.
Podemos assim dizer que no ano de 1917 Parnaíba tinha uma das maiores praças, caracterizada com banquinhos de cimentos, poste de luz, a beleza da igreja envolvida as curvas da praça, os pés de oitizais e também as palmeiras que iam sendo embaladas pelo brisa do vento forte da cidade. A mesma era considerada o melhor ambiente para se reunir, colocar as conversas em dias, rever amigos, era assim que o povo parnaibano vivia e experimentava o bem estar de um local prazeroso.
 Na praça conta os antigos freqüentadores com muita emoção em seus relatos em revistas da época que um coreto (monumento central) bem chamativo foi erguido no centro da praça, sua forma relembra um observatório astronômico (velho coreto) depois da sua reforma se deu um novo coreto com linhas mais modernas exigidas pelo progresso, onde a banda municipal se apresentava como músicas instrumentais que animavam o povo em datas comemorativas, era também palco de discurso político e de apresentações culturais. (revista repaginando pág. 09).
Os olhares dos parnaibanos debruçavam-se sobre os políticos da época e todo o seu discurso, naquele ambiente privilegiado para apresentações, deixando lembranças e saudades da beleza exuberante da praça.
Como a Praça da Graça se tornara o coração da sociedade pelo seu valor histórico e político, foi nesse local que se deu o grito da independência do Brasil na cidade de Parnaíba, no dia 19 de Outubro de 1822. Neste dia os grandes conquistadores e a burguesia se lançavam com toda a sua realeza em direção a praça, para concretizar a sua vitória de liberdade sobre a coroa portuguesa.
Na praça encontra-se também o monumento histórico denominado marco zero que retrata o zero quilômetro das estradas vicinais, sendo um importante elemento histórico para a cidade parnaibana.
                    Além destes monumentos havia duas igrejas católicas na Praça da Graça, são elas: Igreja Nossa das Graças e Igreja Nossa Senhora do Rosário. A igreja Nossa Senhora das Graças conhecida como Catedral foi construída em 1770 pelos habitantes da localidade Portos das Barcas e concluída em 1795, como afirma Pereira da Costa em sua famosa cronologia “História do Estado do Piauí “apud Silva. Esta igreja foi fundada com a finalidade de atender as necessidades religiosas da elite parnaibana.
   A família de Domingos Dias da Silva contribuiu significativamente para concretização dessa obra religiosa, tornando-se os bens feitores da igreja Nossa Senhora das Graças.
                 A igreja Nossa Senhora do Rosário, é uma das mais antigas construções religiosas da cidade de Parnaíba, situada em frente ao antigo jardim do rosário na Praça da Graça. Foi construída no século XVIII pela família do Simplício Dias da Silva exclusivamente para os negros.
Outro marco histórico foi a colocação de um relógio na Praça da Graça. A esse respeito Neto afirma:


Na primeira metade da década de 60, a Associação Comercial de Parnaíba e prefeitura estavam dando novo traçado na praça da Graça com a instalação de um relógio no seu canteiro central. A coluna inteira tinha aproximadamente uns quinze metros de altura e se constituía de três partes: na base, o comando, no centro, os luminosos com as propaganda das casas comerciais e no topo, o relógio propriamente dito.Com a reforma da praça  na administração do prefeito Batista  na qual a idéia era mostrar no futuro a praça moderna, arrojada pelo projeto paisagista de Gerson Castelo Branco, junto com a reforma também se foi o relógio que foi desmontado e foi levado para o ferro velho da prefeitura.(2009,  p. 4 e 5)



                   Mediante esse contexto histórico a inserção desse relógio na Praça da Graça, colaborou pra o trabalho diário dos cidadãos parnaibanos. Nesse contexto seu Milton, era o senhor responsável pela manutenção desse relógio, viu também sentiu a dor da memória sendo apagada de uns dos componentes que embelezavam a praça sendo engolido pela força da modernidade.
  Com o passar dos anos Parnaíba crescia economicamente instalando-se ao redor da praça, o Banco do Brasil; o belo e majestoso Banco do Nordeste do Brasil; o imponente e bonito prédio da Caixa Econômica Federal no seu estilo sui generis; a Caixa Forte; o prédio do INAMPS(Instituto Nacional de Assistência Médica Previdência Social) , o edifício dos correios que substituiu o colonial, e histórico prédio da câmera dos vereadores onde foi lavrada a ata do feito memorável de 19 de outubro de 1822, e o prédio do antigo Cine Éden .Todo comércio  estava concentrado ao redor da praça, pois a movimentação era intensa e diária.
Atualmente na Praça da Graça, percebe-se a movimentação de pessoas, os bancos funcionando, correios, comércios e pontos de aluguéis tendo como objetivo suprir as necessidades dos cidadãos parnaibanos.
Diante de todas as contribuições que a praça trouxe sobre a nossa sociedade, não poderíamos deixar de expor toda a sua influencia social, onde foi palco de desfile das escolas, festas de carnavais, novenários da padroeira Nossa Senhora das Graças, comícios políticos, dentre outras festividades.
 O Cine Edén foi um cinema, muito freqüentado pela sociedade parnaibana, com cessões de filmes diversas. No entanto, sua concentração de maior público era no sábado a noite, no qual a juventude animada se concentrava nas filas a espera da cessão do cinema. Ao terminar, os jovens encantados com a cena dos filmes direcionavam-se para a Praça da Graça, trocar coversas e olhares de amor.
Atualmente não temos mais o cine Éden, pois o prédio foi transformado em salas comerciais, mais a população parnaibana ainda conta com o cinema atual denominado Cine Teatro Delta que proporciona aos jovens, entretenimentos culturais.


Considerações finais

    
Mediante a tudo que foi explanado sobre a Praça da Graça, percebemos a relevância do seu papel histórico na sociedade parnaibana no qual a influência política esteve presente em todos os acontecimentos e reformas feitas na praça, desde sua criação, abrindo caminho para o desenvolvimento político, econômico e social. Ressaltamos ainda que apesar de as reformas da praça terem acontecido em períodos políticos, estes possibilitaram o crescimento da cidade de Parnaíba.
Atualmente a Praça da Graça está sofrendo uma reforma e coincidentemente estamos em períodos governamentais, concluímos então que a praça da graça, além de ser fato histórico é também alvo político desde sua criação.


Referências Bibliográficas


SILVA, Maria da Penha Fonte e. Parnaíba, minha terra. Crônicas, 1.ed. Parnaíba: Governo Alberto Silva. 1987.


COSTA, Reginaldo. Histórica. Repaginando. Ed. Especial. Ano I, n.1, 04 de maio 2011.


NETO, Claúdio C. O homem que concertava o tempo da praça da graça. Histórica. Ano II, n.3, out. 2009.